quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Conformismo

Será que o mal é meu?
Será que tenho de engolir sapos, sorrir e ficar feliz por ter "trabalho"?
Será que tenho de baixar a cabeça, aceitar descer de burro para pónei e continuar a acumular funções?

Discordo profundamente
Não tenho paciência, nem vida nem feitio para isso

Queria um trabalho em que pudesse evoluir (sem pensar fazer carreira)
Algo seguro sem ser estagnado

Não sou gémea de ninguém para andar sempre junta
E detesto que me forcem
Uma coisa é uma iniciativa outra coisa é essa ser tornada numa obrigação
Não gosto que me mintam, sendo que a mentira é descarada e é descarada (nem há o cuidado de mentir como deve de ser)

Lets see what the future holds
I will not settle with less than I deserve

terça-feira, 15 de novembro de 2016

release the kraken!

depois de mais uma desilusão no trabalho, hoje acordei com uma energia diferente
menos derrotista

ontem era "mais uma vez querem fazer de mim uma tapa buracos...dizem que é uma oportunidade com subida de salário e mudança de categoria com melhores horários, mas depois nada querem mudar"
hoje já comecei a explorar as ofertas de trabalho que andam pela net
já vejo a formação que vou ter de fazer no trabalho, quase sempre durante as minhas folgas, como um add no CV

como my bf me disse: a tua aprendizagem pode ser feita noutro lado que não aí

portando....RELEASE THE KRAKEN!

sábado, 1 de outubro de 2016

Rival Sons - Jordan





how can a song about death be like this..so warm..

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Nem sei

Gosto de acreditar que sou dona no meu próprio nariz, que se não tou bem que me mudo.. Tenho-o feito
Aqui onde estou, sinto uma mistura de segurança envenenada de insegurança devido a variáveis que não controlo
Quero crer que as minhas crises de ansiedade não vão voltar a ter repercussões físicas, como já aconteceu

Mas o passado mês de Julho já me mostrou que não é assim e agora mesmo as minhas mãos mostram me o mesmo..

Sim é tudo psicológico, mas este limbo de insegurança dá cabo de mim, rói me por dentro

A sede de aprender e ao mesmo tempo puxarem me o tapete por baixo dos pés... Agonia me, preocupa me

Acaba por me atormentar...

sábado, 13 de agosto de 2016

Rabos de palha

Sai mais um post sobre trabalho lol

Ora vamos lá ver.. Quando uma pessoa mente com todos os dentes que tem na boca, convém que mantenha sempre a mesma história certo?
Errado!
No início da transição, tive de dar formação a um colega novo, que a princípio parecia que era como falar com uma parede
Mas depois repreendi me a mim mesma, diz que o pai do rapaz tinha morrido há pouco tempo..
Mais tarde não fui taaaaaooooo exigente pois o rapaz só tinha 6 meses de experiência nesta área..

Vamos lá ver, isto primeiro de tudo é uma grandessissima mentira
O paizinho já morreu praí à uns 2 anos e não, não tem só 6 meses de experiência..

E não, o paizinho não era um santo
Não só fez falcatruas como ainda esteve preso! Portanto a tanga de ahh só agora se descobre as macacada... O Menino... Até teve negócio com o paizinho... Tangas!

Mais ponto que me andam a dar comichão... Não assumir culpas de nada.. Ser mau colega... Ser choramingão até ter o que pretende... And so on

Algo me diz que um certo contrato não vai ser renovado.. Talvez só uma adendazinha para tapar algum buraco

(só faltava um riso maquiavélico para terminar em grande, mas deixo que o karma dê conta do recado)
Unf

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Vaga

Diz se que a vida é cheia de vagas/ondas de sorte ou azar e estas ocorrem normalmente de 3 em 3 anos
Não concordo
São sim de 2 em 2 anos
Há 2 anos atrás tive uma vaga malina
Numa única semana tive uma multa de excesso de velocidade, caí das escadas abaixo, o despertador não tocou e por fim derramei água bem quente em cima
Desta vez, levei com uma placa de trânsito no pé, fui contra um extintor e fiquei sem almoço e ainda fiz um mini corte com uma lasca de loiça que deve ter vindo do prato que parti.. Entre outros azares...

Espero que esta vaga acabe...

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Mais uma vez...

Mais uma vez o assunto é amizade...
Se calhar sou eu quem está numa fase com pouca paciência..
Mas..
(acho que todas as minhas frases que contêm resoluções começam assim lol)
Cada tenho menos paciência para amizades egocentradas num único "eu"
Chega de egos monumentais
Cada um tem os seus problemas, uns com maiores ou menores proporções
Quando tudo gira ou é manipulado para que gire em torno de um único "eu" que por conseguinte até tem um ego monumental... Todos os outros "eu" que circulam no mesmo espaço têm a sua energia, o seu ar sugado

Chega! num minuto é se a última bolacha do pacote de tão bom que se é
Noutro está tudo contra..

Guess what?! Shit happens

Se há coisa que não se controla é tudo o nos rodeia, há demasiadas variáveis incontroláveis

Mas se as coisas não correm de feição... Sim pode se contar com as amizades para um certo apoio
Mas não, não se pode monopolizar essas amizades unilateralmente

É o dar e o receber

Se tas la a 100% para alguém, na ordem correcta das coisas  esse alguém deveria lá estar para "devolver" esses 100%


... Estou cansada de dar... De se calhar ser o último recurso onde podem contar com apoio incondicional...
Quando me encolho em busca talvez de um consolo mental.. Tenho de continuar a dar.. Sem que sobre ou retorne nada para mim..

                            Já chega....

terça-feira, 5 de abril de 2016

A arte de ser bom colega

Já estive para me debruçar sobre este assunto várias vezes, aproveito que tou com uma crise de tosse do demo para orientar as ideias

Já trabalho no mesmo local à pouco mais de um ano e nesse tempo muito aconteceu e muito observei

Gostava de poder dizer que somos uma equipa brutal, que estamos ali juntos para o que der e vier, mas seria tudo menos verdade

Ali há muitos egos que colidem mas pior que isso é a falta de entreajuda que existe
Na minha ideia utópica de equipa estaríamos todos ali para o mesmo, fazendo com que as coisas resultem

Mas quando se vê um colega que está a ser claramente prejudicado e que "nós " podemos quase imediatamente fazer com que isso pare.. Porque não ajudar??
ah espera.. há uma coisa chamada clubismo doentio..
Cabe na cabeça de alguém negar uma mudança de dias de folga porque o Benfica pode vir a jogar nas competições europeias??
E está o colega com folgas separadas e estas bem sequer consistem em 48h fora do trabalho

Devo ser eu que tenho um ponto de vista esquisito, sei lá..

A 2a mais descarada e que me faz confusão é uma outra pessoa que foca nela toda uma falta de disponibilidade (mesmo tendo feito uma troca de horário, por acaso espantou me), uma falta de comunicação monstruosa e um feeling "não quero saber, tou me a cagar "
A partir do momento em que já não está incluído nas suas funções, chuta para canto
Epah.. Não foi nada directo a mim.. É só o poder de observação

E para terminar.. A mais revoltante.. Um chefe que não é chefe, só faz merda e só prejudica o trabalho dos demais
Ahh e nem a porcaria de um obrigado sabe dizer a quem lhe faz um favor (esta foi comigo e tá me muito entalada... Não me apanha noutra ohuhoh!)

E é isto..
E vão haver mais mudanças.. Mais rápido do que se pensava...

É a revolta da insónia com um toquezinho a tosse lol

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Luvas

Li no outro dia um artigo sobre a Disney e sobre as personagens por "eles" criadas ao longo dos anos
como há traços comuns entre os vilões
Por exemplo : a cor verde
Esta aparece seja em chamas, seja em nevoeiro, seja nos vapores que emanam da poção mágica altamente suspeita

O exemplo que mais me interessa é o uso de luvas
O simbologismo atribuído é o não revelar de intenções ou o esconder a sua verdadeira personalidade
(no filme Frozen temos 2 casos, um de pura maldade e outro por receio)

Mas por que raio é que me deu para falar de luvas?

Dei por mim a ver mais um episódio de Poirot (adoroooo) e reparei que os vilões não só não usam luvas, mas sim o próprio Poirot usa enquanto faz as suas investigações
Apenas aparece sem estas quando está no seu escritório sozinho a tentar deslindar o caso ou então no final do episódio quando revela o mau da fita e o que o levou a cometer os crimes e/ou como os cometeu

Curioso?
Ya!!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Burla???

Toma lá outra para não seres parva!
Toda a gente que me conhece sabe que sou quase uma "crazy cat lady"
Tenho "alguns " gatos e as minhas lindas meninas que só faltam falar em vez de ladrar
Portanto os bichinhos são o meu soft spot

Ora bem, quando o orçamento permite costumo ajudar algumas instituições ou mesmo protectores/as de animais assim mais privadas (pessoas com um coração enorme que não olham aos gastos para ajudar o próximo patudinho em risco)

Aqui à uns bons meses fiz um "miminho " simbólico a uma dessas protectoras
Na altura tudo normal, agradeceu imenso pela ajuda e assim ficámos

Assim na altura mais natalícia a tal senhora contactou me por causa de uma situação urgente, atropelamento e fuga aqui bem pertinho de mim
Não consegui ficar indiferente
Lá mandei um "miminho "
Uns dias mais para a frente mais um contacto da senhora, que se não tivesse metade do valor do tratamento, que o veterinário não trataria o bichinho
Vá mais um pouco
Ainda conversamos um pouco e até disponibilizei algumas coisas que sinceramente estão cá em casa a ocupar espaço, para a senhora poder leiloar na net e conseguir juntar mais algum
5* disponibilizou se para vir buscar essa mesma semana

E adiou, e remarcamos, e voltou a adiar
E do nada silêncio
Que só foi quebrado para pedir mais e a dar a justificação do silêncio
Que o pai tinha falecido

Desta vez recusei me a dar
Tenho as minhas despesas e no Natal... Crescem
Pode ser o meu soft spot mas a meu ver, não fui eu a meter me em trabalhos maiores que eu

Ainda voltou a insistir um pouco mas a resposta foi a mesma

Então hoje a passear pelo face, no grupo de boleias que de vez em quando ajudo.. Vejo uma re-denuncia
Qual não é o meu espanto ao ler em mais detalhe

Felizmente já tinha sido feita a denúncia às autoridades mas era um abre olhos
Revelava ainda a finalidade da angariação de dinheiro e uma foto dum casal com o mesmo NIB a falar da viagem de lua de mel

Tou possessa
O perfil foi eliminado
Já não encontro as mensagens que trocámos no chat...
Filha sei lá do quê
Sei que rancor não me leva a lado nenhum, mas espero que o avião caia, que o barco naufrague e que vás pó quinto dos infernos!

Usar os indefesos... Os que sofrem... Os que nós humanos fazemos sofrer por nós acharmos uma raça superior...
Tantas instituições que poderiam ter sido ajudadas a sério e tu minha ***** ** **** Roubas esse dinheiro para ir passear?!
Pó crl!

(peço desculpa pelo meu "frances", mas tou um pedacinho chateada)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Deeper I sleep... Further down...

The rabbit hole never to be found... 
again

What can I do? 
Shine

sábado, 16 de janeiro de 2016

já lá vão 5 anos...

já lá vão 5 anos e nunca mais escrevi sobre o assunto
sempre evitei falar sobre isto, parece que a cada tentativa algo se parte outra vez cá dentro
outra vez e outra vez

e ficar reduzida a cacos foi algo a que nunca me dei ao luxo
sinto que quando finalmente parar e deixar que finalmente o luto me invada, não me levanto tão cedo

mas porquê escrever agora sobre isto?

encontrei um texto sobre um acontecimento que recentemente abalou o país, a morte de um jovem de 29 anos por negligência médica (não tem outro nome senão este mesmo)
agora o que restou foi uma familia em lágrimas, a namorada que se despediu com um "eles cuidam de ti" e o que sobrou .. o vazio...

o texto que vou partilhar é sobre o Luto e o aprender a dominar a saudade
(coisa que nunca fiz, é certo... não consigo.. sempre preferi empurrar para o cantinho mais escuro da minha mente - é mais seguro)

"O mês passado, o país emocionou-se com a carta que Elodie Almeida, namorada de David Duarte - o jovem que morreu vítima de derrame cerebral, no hospital de São José, em Lisboa - escreveu . Desde então, Elodie fechou-se no quarto e recusou falar com jornalistas. Não quer protagonismo, disse a amigos próximos. A mensagem, publicada no jornal “Expresso”, não era, no entanto, de despedida: nela, a jovem de 25 anos descreveu a situação desde que David cedeu aos primeiros sintomas, na sexta-feira de 11 de Dezembro, até falecer na madrugada de domingo. O único momento de discurso directo entre si própria e o namorado é a última promessa que fez e não pôde cumprir: “Eles vão cuidar de ti”. Segundo Cristina Felizardo, directora e vice-presidente da Associação do Apoio à Pessoa em Luto (Apelo), esta frase mostra a culpa. “A sensação que me dá é que esta jovem está a sentir uma culpa ilógica, que não tem razão de ser. Quem escreveu esta frase fê-lo com a sensação de que estava lá, mas ainda assim falhou em manter a pessoa viva.”
Cristina Felizardo fala com conhecimento de causa: na Apelo, além da formação específica para lidar com pessoas em luto, todos os técnicos passaram pessoalmente por perdas dolorosas. E a directora não é excepção. Nesta associação, conhecem de cor e salteado o caminho que os enlutados percorrem. “Não é que os outros técnicos de outras associações não consigam ajudar, mas quem já viveu uma perda profunda já tem o mapa da dor, enquanto o resto ainda anda de GPS”.
Na Apelo, podem ter as coordenadas para se sair do luto, mas todos os que ali trabalham sabem bem que este é um processo extremamente solitário, um percurso individual que apenas quem sofreu a perda pode percorrer. “Só a pessoa que perdeu alguém é que sabe que tipo de laço tinha com quem morreu, mais ninguém pode opinar sobre o que ela deve fazer ou sentir”. E num processo que é sempre difícil e em que as pessoas já estão tão frágeis, há frases que para além de não ajudarem podem mesmo magoar profundamente. “Por exemplo, nas perdas de bebés. Dizer ‘deixa lá, ele é tão pequenino que logo fazes outro’. Não há coisa mais difícil de ouvir. Ou então sobre uma avó, mas que era o ente querido mais fantástico para aquele neto. É normal tentar confortar a criança a dizer ‘pronto, é assim, já era velhinho’. Nós sabemos que era, mas não damos espaço aquele neto para chorar a avó. Devem validar-se sempre todos os processos de dor e raiva”. Estes processos, para a Apelo, dividem-se em quatro vivências do luto: “Aqui falamos vivências porque acreditamos que as fases são estanques, quando se passa uma já não se volta atrás. Nas vivências, o processo do luto faz-se - apesar de nunca se regressar ao passado - em oscilação, é mais como se fosse uma montanha russa”, explicou ao BI.
Se os caminhos e os tempos são diferentes para todos, há, no entanto, uma certeza: todos os lutos se iniciam da mesma forma.
O choque. Não acredito, não pode ser ele, deve ser engano
“Quando se recebe a comunicação da má notícia, as pessoas experimentam o choque”, diz Cristina. É inevitavelmente com a notícia da perda que se dá início ao processo de luto. Esta vivência é caracterizada por torpor, dormência e uma negação activa. “Quantas vezes não ouvimos a frase ‘não acredito no que me estás a dizer’”, exemplifica a directora da Apelo. “Essa frase é muito real porque a pessoa efectivamente não acredita naquilo que está a ouvir”. Por ser uma fase muito violenta e exigente em termos físicos, estima-se que o choque possa durar, no máximo, uma semana. “As pessoas sentem apatia, têm ataques de choro agudo e de pânico, ansiedade, palpitações e até desmaios. Mostram por norma sinais de um raciocínio muito confuso, e têm o discurso pouco organizado. No caso da apatia, é como se esta reacção fosse uma espécie de véu que fica a toldar a realidade, para que a pessoa se mantenha funcional e consiga executar tarefas durante o dia”, conclui Cristina.
Marília Seabra, designer de moda de 26 anos, descreve o momento em que soube que o pai tinha morrido como se fosse ontem. Mas não foi, foi há 13 anos “Na altura, morava em Caminha com a minha mãe e irmãs. O meu pai era topógrafo e, durante a semana, trabalhava em Lisboa, juntando-se a nós aos fins de semana”.
Não tem de fazer o mínimo esforço de memória para se lembrar. “Era de noite e estava muito calor, estávamos a 25 de Junho de 2002. A minha mãe entrou em casa e eu e a minha irmã ouvimo-la a falar ao telefone, percebemos logo que algo estava muito errado. Depois de desligar, disse-nos que tinha havido um acidente e que o meu pai estava em coma”. A tenra idade não foi, no entanto, impeditiva de perceber de imediato o significado daquela mentira piedosa. “Mesmo não querendo acreditar, percebi imediatamente o que aquele coma queria dizer e soube que o meu pai tinha morrido”. A partir daqui, Marília diz que foi para a varanda olhar a lua e os seus pensamentos emaranham-se uns nos outros. “Sempre que vejo uma lua cheia, sou transportada para aquele momento”.
Podem ter passado 13 anos, mas Marília - Kika, para os amigos e família - não consegue falar desta noite sem chorar. As pausas que faz no discurso são contínuas. “No dia seguinte, metemos tudo no carro e fomos para Almeirim, onde morava o resto da família. Lembro-me de olhar para trás no carro e de ver o meu cão, um pastor alemão, ficar cada vez mais pequeno”. A família nunca mais morará em Caminha.
Também Luís Costa, 38 anos e mais conhecido por DJ Magazino, sofreu uma perda profunda no final de 2009 que chegou mesmo a fazê-lo deixar a sua ocupação profissional de lado durante uns meses. No dia 22 de Dezembro, tinha acabado de chegar ao país para passar a quadra natalícia em família quando passou por um acidente de carro na A2, direcção Setúbal-Lisboa. Nem reparou que o carro sinistrado lhe era conhecido: lá dentro a sua mãe, de 59 anos, acabara de perder a vida. Luís foi a primeira pessoa a saber: “Ainda estava a conduzir e recebi a chamada de um Guarda Nacional Republicano, em cima do tabuleiro da ponte”. Acompanhado por um amigo, Luís desorientou-se e teve de parar imediatamente o carro.
O funeral teve lugar dois dias depois, a 24 de Dezembro. “Além de ser véspera de Natal, era o dia de anos do meu pai”, conta Luís. Os meses - e os anos - que se seguiram foram agonizantes para o DJ.
A descrença. Quando o passado se intromete no presente
 “Após o choque inicial, há uma fase mais demorada que é o momento da descrença”, explica Cristina. “As pessoas oscilam entre o desacreditar e permanecer no passado com pequenos momentos em que a realidade se impõe, e isso é extremamente doloroso”.
Enquanto vivem a descrença da perda, os enlutados buscam continuamente o passado. “Nesta busca a pessoa em luto está a procurar manter viva aquilo que era uma realidade para si, que era ter o ente querido perto. Há, por exemplo, necessidade de estar sempre a falar da pessoa que partiu. Não é raro recebermos mães que trazem peças de roupa dos filhos para sentir o cheiro, ou pais que mantêm os quartos inalterados neste período”, enumera a vice-presidente da Apelo. “Preservar desta forma a memória tem um efeito agridoce, se manter o quarto pode dar algum conforto, também traz um efeito de consciencialização: o quarto está assim porque o filho não está lá”.
De acordo com a especialista, o sentimento que melhor descreve a vivência da descrença é “uma agonia sufocante”, que não se sabe ao certo quanto pode durar. “Não há fórmulas para contabilizar o tempo que esta fase - ou as seguintes - demoram. Na primeira há, porque é impossível ficar em negação tanto tempo. O tempo que se permanece em descrença depende da intensidade do vínculo, dos traços de carácter da própria pessoa e de experiências passadas que lhe tenham dado resiliência ou estratégias para se conseguir libertar deste processo. Mas pode variar entre três meses, um ano ou uma vida”, considera a directora.
Outra das características comuns a esta fase é ligar para a pessoa que partiu de uma forma quase inconsciente. Luís Costa passou por isto: “O meu trabalho faz com que viaje muito, e um dos meus rituais era ligar para a minha mãe assim que chegava”. Nos meses seguintes à morte da mãe, cada vez que chegava a um aeroporto, Luís ligava quase sem pensar. “Além disso fiquei completamente fixado no número 22 - era o número preferido da minha mãe, ela morreu no dia 22, no quilómetro 22 da A2. Via o 22 nas matrículas dos carros, no despertador, na televisão e isso fazia-me sofrer imenso”. Percebeu que precisava de ajuda, e foi nessa altura que procurou um psicólogo.
O reconhecimento . A explosão da dor
Ao reconhecer que precisava de ajuda, Luís reconheceu também a morte da mãe. “O reconhecimento é uma catarse, por vezes é mais doloroso até que o momento da comunicação da notícia”, considera Cristina Felizardo. Esta é a fase da verdadeira consciencialização da perda, é o momento em que se largam os laços com o passado. “As pessoas assumem que é uma situação irreversível, e isto traz, de certa forma, a paz perdida pois acaba com a agonia”.
O preço para que isto aconteça paga-se com um verdadeiro turbilhão de sentimentos. “Choro incontrolável, tristeza profunda, por vezes raiva, apatia, explosões, um misto de emoções mas em forma da catarse”, diz a especialista.
Este é um momento de viragem, que Marília Seabra não sabe ainda ao certo se viveu. “Não me sinto revoltada com a morte do meu pai, sei que ele partiu mas, ao mesmo tempo, isso ainda me marca profundamente”. Prova disso é, até há pouco, ainda sonhar que não o conseguia encontrar. Evoca continuamente memórias felizes de infância e, tal como no momento em que recordou a noite em que soube a notícia, continua a ter manifestações de dor aguda. Considera que isso se prende com dois factores: a ligação emocional que sentia em relação ao pai e a idade que tinha quando o acidente aconteceu. “Perder o meu pai com 13 anos marcou-me profundamente”. Essa perda tem, segundo a própria, continuado consigo nas diferentes fases ao longo do seu crescimento. “E, provavelmente, ainda não a superei”, conclui.
Superação. A saudade serena ou o luto crónico
Passados dois anos da morte da sua mãe, Luís Costa deixou de ver o 22 como um símbolo mau e até lançou em 2013 uma faixa intitulada ‘22’, uma homenagem à mãe que “adorava o meu trabalho”. Quatro anos depois da tragédia, voltou a celebrar o seu próprio aniversário, apesar de assumir que o Natal será sempre uma época estranha. Num dos muitos aeroportos que frequenta nas deslocações em trabalho, resolveu apagar o número da mãe que mantinha no telemóvel. “Não fazia sentido continuar a tê-lo, só me estava a magoar”. Libertou-se do processo de luto, que, assume, “ter conseguido encerrar”. “Não vou mentir e dizer que penso na minha mãe todos os dias, porque não é verdade. Penso nela de vez em quando com carinho e saudade, tenho por vezes o ritual de ir ao cemitério mas já não é um sentimento que me consuma”, conclui.
Esta é, segundo Cristina, a fase onde se reaprende a voltar a bem viver. “ Depois da agonia e da tormenta, encontra-se serenidade”. A superação pode ser feita, no entanto, de duas formas distintas, pela via da aceitação - como aconteceu a Luís - ou da conformação, mais comum a pais que perderam os filhos. “Na aceitação há um desapego completo em relação ao vínculo afectivo, aqui pode ser, por exemplo, no caso de uma viuvez ou de um divórcio (o luto não é só para mortes). Também costuma acontecer em relação à perda dos pais. Nestes casos, aquilo que fica é saudade, mas sem agonia”.
Por outro lado, há quem supere pela via da conformação. “Isto é muito comum em relação aos pais que perdem os filhos, que é um dos lutos mais agudos. Fica sempre um luto crónico, uma dor para a vida. As pessoas aprendem a viver com ela e encontram paz, mas têm de aprender a viver com aquela moinha que não passa mais”, considera.
Para ajudar as pessoas a chegar a estas fases, a Apelo tem espalhados conselheiros do luto por todo o território do país. “Quem precisar de apoio, basta enviar um pedido no site que terá uma resposta no prazo máximo de dois dias”, explica Cristina Felizardo. Os conselheiros do luto existem em Portugal desde 2011 e são formados por professores universitários da área que, por norma, também sofreram perdas. “O nome conselheiro até é mal atribuído, nós não somos especialistas da vida de ninguém nem damos conselhos. Aquilo que fazemos é apoiar a pessoa para que, ao longo da sessão, vá descobrindo o que é mais confortável para si e as suas próprias estratégias”. Muitos dos conselheiros procuraram previamente ajuda na associação. “São assistentes sociais, professores, psicólogos, polícias, enfermeiros, que procuraram ajuda quando se viram envolvidos num processo de luto. Outros conselheiros vieram por interesse profissional, mas que tinham problemas de luto, alguns já resolvidos”.
O apoio é prestado através de sessões presenciais, realizadas em Lisboa e Aveiro - para quem more longe destes centros há apoio via telemóvel e teleconferência. “Não é tão eficaz, mas numa fase aguda um telefonema é melhor que nada”, diz a directora. “No fundo, a chave é a segurança e a empatia. Nestas sessões as pessoas que estão a sofrer podem desabafar, gritar, chorar, dizer tudo o que lhe vem à cabeça livre de censura e de julgamento. São ouvidas com bastante disponibilidade e acima de tudo com compreensão, porque falamos todos a mesma língua”.
E a língua falada por quem já perdeu alguém é, provavelmente, a melhor forma para lhe dizer: ao fundo do túnel, há uma luz. Afinal, segundo Santo Agostinho, “a morte é simplesmente passar para o outro lado”. Aos que ficam, resta encontrar o caminho para dominar, serenamente, a saudade. "
mas há casos e casos

neste caso foi de rompante
o chão foi lhes tirado debaixo dos pés com tamanha incompetência (não culpo os médicos, culpo os cortes orçamentais que a má gerência do nosso país provocou)
não tiveram tempo para se prepararem para coisa nenhuma

no meu caso..
eu tive tempo para me mentalizar
ou deveria ter tido

o ver a pessoa definhar
o ver a pessoa a deixar de existir
só o corpo vai ficando
um corpo cada vez menos corpo
cada vez mais uma sombra

só o reconhecimento que que ali já não está a pessoa que sempre conhecemos, que sempre foi

o meu pai...



Ps: o texto a cima fala de o receber a noticia, de alguém contar..do não conseguir acreditar..mas como não acreditar se aconteceu ali com ele encostado a mim?!
não, não superei
acho que nunca vou superar
aquela visão.."carcaça" vazia .. é algo que ninguém deve conseguir recuperar

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Dr. Seuss

Tava aqui sem muito que fazer e resolvi fazer um teste (daqueles assim da treta Lol)
Que Frase do Dr Seuss define você?
(favor notar no tom brasileiro da coisa Lolol)

"por que se adequar se você nasceu para se destacar? "

Ora pimbas
Isto é quase "falar poema"

(ps: tenho sonoooo)

Mas atao tu agora...

Sim, agora deu me para ver debates políticos
Nunca me interessei por coisa nenhuma nesta área, mas recentemente algo que é importante para mim tem sido legislado e possivelmente por anexo acabei por ler e ver mais politiquices
Agora que já posso votar Lol quero usar o meu "poder" de forma consciente

Em 2015 não só me debrucei sobre temas sobre a causa animal (proibição de canis de abate e criação de medidas e políticas de natalidade e de adopções bem como parcerias de ONGs da causa animal com com o "governo" e suas ramificações locais)
Isto levou me a mergulhar em sites de grupos partidários e ainda no próprio site da assembleia da república (coisa nada fácil e quase foi preciso um curso para achar a informação que queria)

Depois de tanto mergulhar, acabei por me deparar com um "underdog" das legislativas para o PR
Até agora foi o único candidato que diz realmente o que vai fazer, sendo que os restantes abrem a boca e parece o anúncio de comida de gato "blablablá whiskas saquetas"

Lá ver o que sai daqui Lol nem que seja traumatizar a minha mãe com este interesse inesperado